MULHERES NO MEIO EMPRESARIAL: SENSIBILIDADE E LIDERANÇA

16/12/2019

Não faz muito tempo que o mercado de trabalho abriu-se às mulheres. Mais especificamente na segunda metade do século passado e gradualmente, as mulheres alcançaram grande espaço em diversas áreas profissionais.

Mulheres e homens têm perfis, aptidões, características, temperamentos e personalidades diferentes que somados potencializam resultados e geram crescimento no mundo corporativo ou familiar.

Conforme o Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas de 2015, publicado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a participação das mulheres como empregadoras e conta própria é crescente.

Cerca de um terço dos empreendedores do país são do sexo feminino, mas se o crescimento da quantidade de empresárias continuar na proporção da última década, o cenário pode se inverter em breve.

Sócia do Iguassu-IT, Anaide Holzbach de Araújo é uma das proprietárias da Maxicon Sistemas desde sua fundação em Toledo, há quase 18 anos, e acredita que as mulheres são fundamentais em qualquer área. “Não há como imaginar qualquer setor produtivo hoje sem a presença das mulheres. Algumas características como habilidade para ouvir, flexibilidade e sensibilidade, ainda não são tão fáceis de serem encontradas nos homens. De modo geral, as mulheres são mais sociáveis e têm grande poder de diálogo, e por isso, muitos defendem que isso lhes dá maior potencial de liderança.”

A trajetória de Anaide no mundo de TI começou quando ela trabalhou numa cooperativa, onde por concurso interno, foi transferida para o então conhecido ‘CPD’ e apresentada ao mundo do Software. Em 1998, já em outra empresa, foi alocada em um grande projeto de TI, que permitiu um conhecimento diferenciado de processos de negócio, tecnologias mundialmente conhecidas e integração com profissionais de outras parte do mundo.

“Em 1999, fui convidada para participar da fundação da Maxicon, para então desenvolvermos um ERP com foco em empresas de agronegócio, e com dois clientes potenciais já negociados. Aceitei o desafio, e confesso que foi uma grande loucura, pois tínhamos seis meses para construir um software em oito pessoas, das quais três eram estagiários.”

Para a empresária, na área de tecnologia as mulheres ainda tem um longo caminho a percorrer, mas lembra que quando os primeiros cursos de tecnologia foram criados no Brasil, a maioria dos alunos eram mulheres (segundo especialistas, os homens não se interessaram inicialmente pelo setor, pois não dava retorno financeiro e eles eram ainda os maiores provedores das famílias).

“Apesar das mudanças estarem acontecendo, ainda é um setor com domínio masculino. Mas as mulheres se tornam peças fundamentais na área de TI, normalmente são elas que estabelecem a conexão ente o cliente e projeto; também é interessante a habilidade das mulheres com sua visão holística das empresas, ou seja, de analisarem sempre o todo, com seus impactos e resultados a médio e longo prazo, que são fundamentais em nosso segmento.”

Anaide afirma que as mulheres estão em todas as áreas de sua empresa: Apoio, Gestão, Análise de Sistemas, Programação, Testes, Negócios, Help Desk e em cargos de Chefia e Técnicos.

Com essa visão, a empresária entende que estar associado ao Iguassu-IT é uma maneira de contribuir com suas experiências e habilidades, em conjunto com sua empresa, crescer com os aprendizados adquiridos na associação e colaborar com o segmento na região.

“Um grupo unido será muito mais forte para transformar nosso território de forma estratégica. Somos transversais a todos os negócios da região e podemos atuar fortemente para o desenvolvimento das empresas, agregando valor aos negócios e mantendo o grande capital intelectual formado pelas universidades”, pontua Anaide.

Ela salienta que todos os associados são fornecedores de soluções para todo país e com iniciativas também de exportação de software. “Produzimos produtos e serviços limpos, sem geração de resíduos, com profissionais altamente qualificados, com salários de grande valor agregado e outros. Em resumo, somos o setor econômico que todo município/região deseja tem em seu rol de serviços. À medida que nos firmarmos como organização entendo que haverá maior participação feminina”, finaliza.